“Você quer saber se uma bailarina tem ética? Pergunte a ela sobre quem a ensinou. A forma como ela tratar sua primeira orientadora dar-lhe-á uma definição do caráter que ela possui.”
Jorge Sabongi
Quando falamos em ética na dança do ventre, a primeira coisa que me vem à cabeça é a bailarina que se lembra de sua professora, aquela que lhe inspirou os primeiros movimentos na dança. Algumas falam de sua primeira orientadora com euforia, com uma conotação de sonho puro.
Falam dela com orgulho, não mencionam fatores negativos ou desedificam-na (sic), pois ela foi o início de todo o envolvimento daquela bailarina com essa arte.
Pessoalmente, acredito que podem ser chamadas de mestras aquelas que estudam a dança com afinco, todos os dias, por mais de dez anos, pesquisando, viajando e buscando aprimoramento e desenvolvimento.
Pessoalmente, acredito que podem ser chamadas de mestras aquelas que estudam a dança com afinco, todos os dias, por mais de dez anos, pesquisando, viajando e buscando aprimoramento e desenvolvimento.
Ocorre no Brasil uma situação que, infelizmente, é normal no mundo inteiro: dança do ventre não é uma profissão regulamentada, e isso tira a possibilidade de obtermos um respaldo, à primeira vista, de qualquer bailarina que se diga profissional. Todas são professoras e, até que se prove o contrário, “ensinam”.Quando alguém me diz: "Sou professora de dança do ventre", eu realmente acredito. Se seu nome é novo no mercado, sabe-se que seus ensinamentos ainda são uma ligeira tentativa. Não deixam de ser. Afinal, muita gente procura algo para iniciar uma atividade profissional. Por que não dança do ventre? Se sua didática e seu talento terão condições ou não de vingar, já é uma outra estória.
O que envolve afinal a ética na dança?Basicamente, ela tem início em sala de aula e, a partir do momento em que se decide trabalhar de forma profissional com a dança, ela passa a dirigir o comportamento bailarina. Esse procedimento sugere uso constante de valores que nem sempre são observados, principalmente o respeito por todas que fazem parte deste meio. (...)
A princípio, acredito que alguns pontos fazem muita diferença em uma bailarina e, por isso, devem ser lembrados:
1 Ter um relacionamento honesto e aberto com outras pessoas que trabalham em sua área.
2 Ser pontual nos compromissos assumidos: apresentações e aulas.
3 Não discutir com o contratante. Defina claramente as condições do show antes, para não reclamar depois.
4 Evitar fofocas e boatos, infelizmente tão comuns no meio artístico.
5 Procurar compartilhar o espaço e não oferecer atrito onde quer que esteja.
6Respeitar os grupos que não fazem parte de sua esfera de trabalho.
7 Utilizar bom senso nos relacionamentos.
8 Portar-se impecavelmente com todos a sua volta, para que as oportunidades sempre venham a seu encontro.
9 Definir o valor do cachê e não mudar de idéia. Às vezes o contratante, dizendo ter preço melhor, tenta uma barganha.
Concluindo, é importante dizer e lembrar que pessoas com valores definidos e em equilíbrio são queridas e requisitadas socialmente.Vale a pena arriscar e procurar fazer para os outros aquilo que você gostaria de receber deles. Os resultados são promissores. (...)
Texto retirado do site: http://www.lulusabongi.com.br/