segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A ética na dança do Ventre


“Você quer saber se uma bailarina tem ética? Pergunte a ela sobre quem a ensinou. A forma como ela tratar sua primeira orientadora dar-lhe-á uma definição do caráter que ela possui.”
Jorge Sabongi

Quando falamos em ética na dança do ventre, a primeira coisa que me vem à cabeça é a bailarina que se lembra de sua professora, aquela que lhe inspirou os primeiros movimentos na dança. Algumas falam de sua primeira orientadora com euforia, com uma conotação de sonho puro.
Falam dela com orgulho, não mencionam fatores negativos ou desedificam-na (sic), pois ela foi o início de todo o envolvimento daquela bailarina com essa arte.
Pessoalmente, acredito que podem ser chamadas de mestras aquelas que estudam a dança com afinco, todos os dias, por mais de dez anos, pesquisando, viajando e buscando aprimoramento e desenvolvimento.
Ocorre no Brasil uma situação que, infelizmente, é normal no mundo inteiro: dança do ventre não é uma profissão regulamentada, e isso tira a possibilidade de obtermos um respaldo, à primeira vista, de qualquer bailarina que se diga profissional. Todas são professoras e, até que se prove o contrário, “ensinam”.Quando alguém me diz: "Sou professora de dança do ventre", eu realmente acredito. Se seu nome é novo no mercado, sabe-se que seus ensinamentos ainda são uma ligeira tentativa. Não deixam de ser. Afinal, muita gente procura algo para iniciar uma atividade profissional. Por que não dança do ventre? Se sua didática e seu talento terão condições ou não de vingar, já é uma outra estória.
O que envolve afinal a ética na dança?Basicamente, ela tem início em sala de aula e, a partir do momento em que se decide trabalhar de forma profissional com a dança, ela passa a dirigir o comportamento bailarina. Esse procedimento sugere uso constante de valores que nem sempre são observados, principalmente o respeito por todas que fazem parte deste meio. (...)
A princípio, acredito que alguns pontos fazem muita diferença em uma bailarina e, por isso, devem ser lembrados:

1 Ter um relacionamento honesto e aberto com outras pessoas que trabalham em sua área.

2 Ser pontual nos compromissos assumidos: apresentações e aulas.

3 Não discutir com o contratante. Defina claramente as condições do show antes, para não reclamar depois.

4 Evitar fofocas e boatos, infelizmente tão comuns no meio artístico.

5 Procurar compartilhar o espaço e não oferecer atrito onde quer que esteja.

6Respeitar os grupos que não fazem parte de sua esfera de trabalho.

7 Utilizar bom senso nos relacionamentos.

8 Portar-se impecavelmente com todos a sua volta, para que as oportunidades sempre venham a seu encontro.

9 Definir o valor do cachê e não mudar de idéia. Às vezes o contratante, dizendo ter preço melhor, tenta uma barganha.
Concluindo, é importante dizer e lembrar que pessoas com valores definidos e em equilíbrio são queridas e requisitadas socialmente.Vale a pena arriscar e procurar fazer para os outros aquilo que você gostaria de receber deles. Os resultados são promissores. (...)
Texto retirado do site: http://www.lulusabongi.com.br/

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A Origem...



Originalmente o nome da Dança do Ventre é Racks el Sharqi, cujo significado do árabe é Dança do Leste. Posteriormente este nome foi traduzido pelos franceses como Danse du Ventre e pelos norte-americanos como Belly Dance.

Chegou ao Brasil, portanto, como Dança do Ventre, ou Dança Oriental Árabe ou ainda Dança do Leste que seria a forma mais correta de chamá-la, de acordo com a tradução do árabe para o português.
Segundo Sharazad, a pioneira da Dança do Ventre no Brasil, Dança do Leste foi o nome dado a esta dança porque “significa onde o sol nasce, de onde a mulher recebe as energias e o poder do Sol”.

A Dança do Ventre é uma dança de
origem oriental, cujo surgimento exato em termos de localização histórica e geográfica nos é desconhecida. Ou seja, não se sabe ao certo onde e nem quando a Dança do Ventre se originou. A literatura histórica sobre este assunto é escassa e duvidosa, e os poucos autores que se arriscaram a escrever sobre isso concordam. Há poucos documentos e registros que atestam o passado histórico da Dança do Ventre.

Devido à dificuldade de encontrar informações confiáveis, surgem diversas interpretações, teorias e hipóteses.A mais aceita delas diz que a Dança do Ventre surgiu no Antigo Egito, em rituais, cultos religiosos, onde as mulheres dançavam em reverência a deusas.
Com movimentos ondulatórios e batidos de quadril, as mulheres reverenciavam a fertilidade, celebravam a vida.

Ou seja, tratava-se de uma dança ritualística, em caráter religioso, sem apresentações em público.Essas mulheres reverenciavam as deusas que acreditavam ser as responsáveis pela vida da terra, pela vida gerada no ventre da mulher, e pelos ciclos da natureza.Há quem diga que ao dançarem as mulheres também se preparavam para ser mães, já que a movimentação da Dança do Ventre ajudava a fortalecer a região pélvica, facilitando o parto.
Dizem que quando os árabes invadiram o Egito, eles se apropriaram da Dança do Ventre e a disseminaram para o resto do mundo.

Características Antigas e Atuais
Esse caráter religioso da Dança do Ventre, a qual era realizada em rituais sagrados em homenagens à deusas, modificou-se.Raramente a Dança do Ventre hoje é praticada como um ritual religioso, mesmo que muitos ainda a vejam como uma prática sagrada.
A característica mais evidente hoje da Dança do Ventre é cultural, artística e profissional.Cultural porque ela faz parte da tradição, do patrimônio cultural de muitos países, principalmente árabes, nos quais a dança é transmitida de uma geração a outra.

No passado histórico, supõe-se que a Dança do Ventre tivesse caráter informal de aprendizagem. Ou seja, não havia escolas que ensinavam a dançar, fato que é muito diferente do que ocorre hoje.Tampouco havia preocupações quanto à sua técnica, quanto à sua forma de realização. Era basicamente uma dança de caráter sagrado praticada somente por mulheres, nas quais umas aprendiam com as outras informalmente, não necessitando de aulas para tal.

Muitos anos após seu provável surgimento, a Dança do Ventre passou por muitas e diversas influências culturais de diferentes épocas e países, e sofreu as alterações de países ocidentais onde ela chegou.
Por exemplo, podemos dizer que as suas características de aprendizagem e de realização modificaram-se bastante. Atualmente, principalmente no ocidente quando uma mulher quer aprender a Dança do Ventre, ela geralmente faz aulas, estuda, ensaia, treina. O que mostra sua característica de dança artística.


A partir do final do século XX, tem-se observado um crescente interesse do Ocidente pela Dança do Ventre, ou seja, em paises americanos como o Brasil e EUA, e em paises europeus como a Espanha, Portugal e França, entre outros. Este interesse se deve talvez ao fato de a Dança do Ventre ser muito diferente das danças praticadas no Ocidente, exigindo uma movimentação e uma estética diferentes das outras danças, assim como as características musicais.

Sobre as apresentações, ainda é importante dizer que elas ocorrem geralmente no palco destes lugares, e quase sempre com uma banda composta de muitos músicos. Geralmente cada bailarina tem sua própria banda para acompanhá-la.

TEXTO RETIRADO: www.centraldancadoventre.com.br