domingo, 4 de janeiro de 2009

2009 e as nômades


Todo começo de ano a sensação é a mesma: de vazio. O mesmo vazio que ocupa os primeiros dias do ano em que nada me enche os olhos, nem mesmo o coração. A tradição dura há anos e acredito que o preenchimento se dê ao longo dos dias, dos meses... ( o que é meio óbvio). O estranho aqui é minha forte ligação ( dessa vez, leia-se saudosismo) com o ano anterior. 2008 foi um ano especialmente bom e a a vontade que 2009 repita o sucesso do seu antecessor é inevitável. No entanto, a única coisa que eu espero de 2009 é um lugar pra dançar. Parece um desejo infantil, e por quê não, natalino? Nosso espaço de dança foi mais uma vez perdido e essa incerteza ( loucamente) é a única que minha angustia neste janeiro.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A dança do jarro


A dança do jarro está intimamente ligada ao elemento água. É uma dança folclórica surgida no Antigo Egito que demonstrava a alegria dos povos beduínos quando ocorriam as cheias do Rio Nilo. O jarro é utilizado na cabeça, nos ombros e na cintura em movimentos graciosos, geralmente, ao som do Falahi ou do Said.

Um tanto de ousadia


Nas férias de junho deste ano ano, incentivada por uma amiga, resolvi entrar nas aulas de dança do ventre. Minha intenção inicial era só fazer a aula experimental: o jazz não saia da minha cabeça...E foi assim até a terceira aula quando fui apresentada a uma nova professora. A partir daí fui sensibilizada de maneira distinta. A paixão pela dança e por ensinar se fez ( ainda se faz) presente em cada passo que me era ensinado. Junto à paixão veio a dedicação e a busca pela excelência; o que se tornou a marca de Aisha. Minha maior resistência, porém, era deixar o ventre à mostra.Isso me preocupava...

Aos poucos fomos todas nos conhecendo e, o mais importante: redescobrindo os nossos próprios corpos, cada detalhe e passamos a ver o que cada um deles tinha de mais bonito e de único também. As aulas viraram verdadeiras reuniões nas quais trocávamos sugestões, conselhos, confidências e sobretudo sorrisos ( que o diga Marcela sorridente).

Hoje, a dança é minha terapia e a cada dia ela se mostra mais bela e me reconquista com seus segredos. No último dia 29, ainda com os olhos míopes, resolvi me juntar às colegas e nos apresentamos a um público que não era só Aisha. Vencemos a timidez. Abraçamos a ousadia.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A Dança e a Saúde


Já postei aqui sobre os benefícios fisiológicos e psicológicos que a dança do ventre proporciona. Lendo uma matéria da Globo.com, descobri um projeto em São Paulo que usa a dança como terapia no tratamento de mulheres com câncer de mama. O projeto surgiu com a professora de dança e fisioterapaeuta Thatiane, preocupada em reaver a auto-estima das pacientes.


A reconquista não só da auto-estima, mas da feminilidade é fundamental para mulheres de qualquer idade e tipo físico. Não há discriminações na dança , o que a permite alcançar um número ilimitado de pessoas, trazendo benefícios únicos.


quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Dakbe, a dança do Líbano





A palavra “dakbe” significa bater no chão com os pés. (...) O dabke é constituído de uma longa fila, em que todos executam os mesmos passos. Na ponta, ficam dançarinos mais hábeis, que realizam evoluções arrojadas. Os adereços usados não são muitos. O masbaha é um deles – compõe-se de um colar de contas – que é girado por quem está “puxando” o dabke.A dança é acompanhada pelo derbake (tambor feito com cilindro de argila sobre o qual é esticada uma pele de cobra), ney (flauta longa de bambu) e mijwiz (flauta embarrilhada dupla de alta diapasão).


(...)A base de todos os dabkes é um som chamado daloonah, sobre o qual se desenvolve o canto e as evoluções da dança. Os homens usam alças tradicionais, de nome shiruel, e botas, invariavelmente. Uma faixa vermelha é colocada na cintura e pode apresentar outras cores. Coletes compõem o conjunto, e podem ser negros ou de cores variadas. Na cabeça os homens usam o tarbush, um chapéu cônico avermelhado conhecido em vários países como “Fez”, com uma faixa amarrada junto a testa.Também é comum homens dançarem sem nada na cabeça ou então com o kefyeh, lenço do turbante.As roupas das mulheres são mais coloridas, para provocar contraste com as masculinas. Algumas vezes, usam cestos de palhas ou jarros na cabeça para executar coreografias. (...)


Assim é a dança folclórica nacional do Líbano. Em alguns vilarejos nas montanhas daquele país, esta tradição ainda é respeitada.No entanto, vários grupos e festivais retomaram a antiga dança profissionalmente, a partir dos anos 1960. É o caso da companhia teatral Anwar, fundada por Wadiha Jarrat, muito famosa em todo o Oriente e que estabeleceu um padrão de excelência para o dakbe.
Fragmentos retirados de : www.lulusabongi.com.br

domingo, 16 de novembro de 2008

Sobre danças folclóricas



Khaleege ou Khalije e é uma dança também conhecida como Raks El Nacha´at. Em árabe, esta palavra significa "golfo". Dança dos países do Golfo Pérsico e Península Arábica.Tradicionalmente feita por mulheres e em grandes círculos, mas hoje homens também podem dançar. Há 03 estilos de Khaleege:

1) Tribal: do Golfo Pérsico
2) Iraquiano: Influência cigana, parecido com o que vemos hoje
3) Maghreb: Influência do Norte da África.

A execução da dança, ao som do ritmo Soudi, traz uma simples marcação para os pés, que se mantém constante e presente todo o tempo. Além dessa marcação, há movimentos de cabeça (com destaque para os cabelos), de mãos, braços, e tronco. O quadril, ao contrário da dança do ventre, praticamente não se move.


Mais:http://www.ayshaalmee.com/dftxt.htm
http://www.centraldancadoventre.com.br/content/view/27/53/


O legal da dança do ventre é que ela permite essa ponte com o passado e o presente constantemente. Esse post tem a ver com minha última conversa com Aisha na semana passada. Falávamos sobre tradição e modernidade e como ela diferia nesse aspecto em relação a uma outra profissional da área ( não convém aqui nomes). Paradoxalmente, perdi a aula de Khaleege, mas minha curiosidade não me deixou muito longe de aprender o mínimo que fosse sobre a dança folclórica.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Um clássico!

Postei esse vídeo porque Shakira executa perfeitamente os passos da dança do ventre, no entanto, me emocionei ao ouvi-la fazer a abertura da apresentação com o clássico da música árabe: Enta Omri ( "Você é minha vida") feita por Ahmed Chafik Kamel para Om Kolthoum (pronuncia Um Kulthum) , maior diva da música árabe. A música tornou-se um hino e até hoje é disseminada entre os aprendizes da dança do ventre.